O corpo do Damião Gomes Mabiala, ainda encontra-se na Morgan do Hospital da Alzira da Fonseca, sem a data do acto fúnebre. Porque o Comandante Municipal de Buco-Zau, Tony Kuala, em conluio com o SIC Cabinda, representando pelo director adjunto provincial para área económica, Senhor Pembele entenderam realizar a autópsia no dia 4 de Agosto de 2020, sem o pronunciamento do Procurador Provincial na qual a família requereu no dia 30 de Julho de 2020.

Mesmo assim a referida autópsia foi feita por um Médico Legista de nome Rogeiro, na ausência da família e do seu advogado, Dr. Arão Tempo.

É de referir que :

Dois (2) efectivos da Policia Nacional afecto ao Comando Municipal de Buco-Zau causaram a morte de um cidadão que em vida se chamou Damião Gomes Mabiala, de 25 anos de idade, na mata do Mbuli, aldeia de Binga, Município de Buco-Zau, quando fazia o garimpo de ouro, no Rio Luali, na foz do Rio Luetshi, no dia 25 de Julho do ano 2020, pelas 12 horas.

Os efectivos em causa acompanhavam dois (2) efectivos da empresa TELESERVICE S.A. – Segurança Privada e Serviços em serviço na empresa Mineração Luali, quando se depararam com Damião Gomes Mabiala e Paulo Inácio Venâncio Teco residente na aldeia acima referenciada, quando fizeram dois disparos com arma do fogo, do tipo, Mini uso. O colega tendo se escapado, em seguida ouviu os gritos do Damião Gomes Mabiala, « ai ! Minha mãe, ai ! Minha mãe », que dava conta que atingiu. Damião Gomes Mabiala encontrava-se dentro da água, numa profundidade em que a água lhe atingia acima da cintura. Os quatros efectivos (4) o transportaram com as mãos numa distância de mais ou menos dois quilómetros (2km) a pé, depois ligaram o motorista que o transportou até ao Hospital Alzira da Fonseca/Buco-Zau, onde horas depois perdeu a vida.

Os quatros (4) efectivos alegavam não terem efectuado disparos que atingiu mortalmente o cidadão, apenas, era para os dispersarem.

Segundo os efectivos, a causa da morte está relacionada ao acidente contra um pedúnculo que perfurou ao lado direito da barriga junto a região de umbigo, causando inchaço ao lado esquerdo da mesma região, quando ia fugindo.

Depois das declarações dos quatro efectivos a família exige que se faça autópsia, motivo que levou o cancelamento de acto fúnebre no dia 29 de Julho, esperando dos resultados da autópsia para encontrar os ónus de prova.

Cabinda, 21 de Agosto de 2020

Fonte do Comunicado : ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DOS DIREITOS HUMANOS ADCDH

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