O Alto Conselho de Cabinda, criado em Outubro 2019, em Accra, baseado na convergência de vários movimentos políticos e da sociedade civil de Cabinda, tem como objectivo principal buscar soluções pacíficas ao conflito que afeta o povo de Cabinda, através de um diálogo franco e honesto com o Governo de Angola, para garantir a paz, o desenvolvimento, o bem-estar e a dignidade humana do povo de Cabinda.

Para consolidar este propósito, o Alto Conselho de Cabinda já realizou encontros com organizações políticas, quer sejam da resistência cabindesa como partidos políticos angolanos, nomeadamente a UNITA, a FNLA, o PRS, a Casa-CE em Cabinda e Angola, para além dos contactos com as demais organizações da sociedade civil, tais como a juventude, a igreja e as associações cívicas em Cabinda, os responsáveis dos Centros de Refugiados na República Democrática do Congo e República do Congo, bem com os Cabindeses espalhados na diáspora.

Nesses encontros, todos defendem por unanimidade a resolução do conflito por vias pacíficas com base do diálogo transparente e com envolvendo de todas as forças vivas do povo Cabinda.

Ademais, o Alto Conselho de Cabinda visitou várias aldeias no interior do território de Cabinda e os Centros de Refugiados, onde constatou o estado de abandono, a vulnerabilidade de mulheres e crianças em condições de risco, para além do agravamento das condições com o surgimento da pandemia Covid-19.

Essa pandemia constitui o iceberg sobre as condições de vida já precárias das populações. Estas não foram contempladas por nenhum plano de mitigação do Governo local nem pelos diversos apoios disponibilizados pela OMS, situação que tornou o sustento diário das famílias o pior inimigo que a própria pandemia.

Tomando em consideração o exposto acima, o Alto Conselho de Cabinda exorta, em nome do povo de Cabinda, as autoridades angolanas, portuguesas, a União Africana e as Nações Unidas para que se dê início às negociações entre as autoridade angolanas e os representantes do povo de Cabinda, sem mais delongas, a fim de restituir a liberdade e a dignidade humana a este povo, estabelecer a paz e permitir, o desenvolvimento e o bem-estar há muito adiados no Território.

Solicita por fim, o Governo Português para, com base as responsabilidades históricas que tem no caso, organizar e mediar as negociações entre o Governo Angolano e o Povo de Cabinda, com a observação da ONU, UA, EU, OAD (Organização Africana de Desenvolvimento), a fim de se assegurar a credibilidade do processo e o respeito do acordo de paz que dela sair.

GABINETE DO SECRETARIO EXECUTIVO DO ALTO CONSELHO DE CABINDA

25 de Maio de 2020

COMUNICADO DE IMPRENSA EM .PDF

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