Publicado por Tchissap
Com medo de perder Cabinda, Portugal assinou os acordos Chinfuma e Chicamba com os chefes indígenas cabindanos entre 1883 e 1884 e, em 1º de fevereiro de 1885, o Tratado de Simulambuco. Assim, este documento permite que Portugal tenha uma base legal em Cabinda, com vista à delimitação final dos territórios africanos durante a Conferência de Berlim de 1885, uma reunião de potências européias para o compartilhamento de colônias e áreas de influência em África.
O mais importante desses tratados é o assinado em 1º de fevereiro de 1885 em Simulambuco pelo rei de Cabinda, Ibiala Mamboma, que colocou Cabinda sob o protetorado do Reino de Portugal. A validade desse tratado foi reconhecida pela conferência de Berlim, pois britânicos e alemães entenderam o interesse em dividir a região da foz do rio Congo entre seus três rivais, franceses, belgas e Português.
Hoje, este tratado de protetorado constitui o ato fundador dos separatistas, na medida em que estabelece legalmente a existência de uma entidade política cabinda. Pois, de fato, o fim do protetorado deveria ter sido acompanhado pela independência do território cabindiano, reconhecido pelo direito internacional.
Além disso, a constituição portuguesa de 1933, em vigor até 1975, estabelece uma distinção clara e clara entre Angola e Cabinda, como dois territórios, em particular no artigo 1, parágrafo 2 – título 1.
Em 1957, Portugal colocou Cabinda e Angola sob a autoridade de um único administrador, sem modificar o Tratado de Simulambuco, e em contradição com a constituição portuguesa, que distinguia esses dois territórios. Parecendo endossar essa fusão de fato, a resolução 1542 (XV) da Assembléia Geral das Nações Unidas, adotada em 15 de dezembro de 1960, relativa à descolonização, manteve “Angola incluindo o enclave de Cabinda”. Porém, em 1964, após uma reunião no Cairo, a Organização da Unidade Africana (OUA) publicou uma lista de países a serem descolonizados, mencionando separadamente Angola (caso nº 35) e Cabinda (caso nº 39) ) Isso não aconteceu, a descoberta de grandes campos de petróleo offshore em 1966 não levou Portugal a abandonar esse território.
Em 15 de janeiro de 1975, o artigo 3 do ato final da Conferência de Alvor, assinado pelos três movimentos político-militares separatistas angolanos (MPLA, FNLA, UNITA) e Portugal, proclamou o apego de Cabinda ao ‘Angola. A FLEC não foi convidada. No entanto, recorde-se que estes mesmos acordos de Alvor foram suspensos por Portugal um mês e dezassete dias antes da proclamação da independência de Angola. Os separatistas cabindas consideram justamente os acordos de Alvor nulos.
A paz nos iluminará a humanidade e a bondade
A paz não é apenas a mera ausência de violência ou agitação. É quando existe a possibilidade de conflito, mas você toma uma decisão consciente para evitar a violência, adota e usa métodos e meios pacíficos para resolver o problema. Isso é paz de verdade.
Dalai Lamas